Carlo e Rataria Carlo e Rataria - Segundas

Sou brasileiro Bom de bola
Ruim de grana
Gosto muito de fulana
Mas sicrana é quem me quer

Se for a tal beltrana
A que se deita na minha cama
Eu não sou de fazer drama
Faço dela minha mulher

Se a vida me der limão
Eu corto e chupo azedo mesmo
Limonada é para pelego
Com a cana eu faço cachaça

Nada nunca vem de graça
O que eu quero eu corro atrás
Mainha desde pequeno
Me ensinou como é que faz

Malandro sou brasileiro
No surf sou campeão
Faz muita falta o dinheiro
Faz mais falta a educação

Se eu chego no estrangeiro
Dou aula, sou professor
Com meu jeito bem ligeiro
Eu levo tudo com amor
Com amor

É que eu não gosto das segundas-feiras nem intenções
É que eu não gosto das certezas
Nem das suas razões
É que eu não quero a indiferença
Que esfria os seus corações
O que eu quero é a beleza
Das mais puras emoções

Eu sou paulista Não turista
Eu estou na pista
Faço sempre grossa vista
A quem quer me derrubar

Como casas a rolar
Morro a baixo corre a água
Molha o rosto essa mágoa
Ocupação irregular

Já fui caboclo, matuto
Sou mameluco
Mas me chamam de maluco
Por tentar me libertar

Eu Sou artista, idealista
Ativista
Não concordo com a revista
Nem contrato social

Eu Não acho natural
Tanta fome e violência
O governo tem ciência
Trata como algo banal

Não posso me calar
Pois meu povo tem carência
Quem nos rege tem demência e
Só a arte vai salvar
Vai salvar

É que eu não gosto das segundas-feiras nem intenções
É que eu não gosto das certezas
Nem das suas razões
É que eu não quero a indiferença
Que esfria os seus corações
O que eu quero é a beleza
Só a beleza das emoções

O diz ai Camões
Como é que está como é que foi
Onde está aquela poesia
Que tu deixou para depois
Hoje o meu povo tem fome
Sai de casa mata dois
Será que é pedir demais
Pedir paz, feijão e arroz